[memórias feitas de saudade]

_sobre este livro

Eis aqui um livro que eu não gostaria de ter escrito – ao menos não tão cedo. Se escrevi, foi por necessidade, foi porque eu precisava dar forma à ausência que me tomava, estancar esse vazio que ameaçava me paralisar. Não me paralisou, mas esteve (está) sempre latente, aqui dentro, não sei bem onde, em algum vão entre mim e o mundo. São textos escritos para extravasar e aliviar a dor — me repito, eu não queria ter escrito, eu não queria essa dor, essa ausência tão cedo —, e reunidos em ordem cronológica, neste livro, como uma pequena homenagem a essa pessoa fantástica e amiga insubstituível, Patrícia Misson. São textos meus, muito pessoais, da minha relação com ela — diálogos que até hoje tenho, em pensamentos —, mas que sei que encontram eco em muitas pessoas que tiveram o prazer de sua companhia, de sua atenção sincera e profunda, e hoje possuem o mesmo vazio que eu. São parentes, amigos, irmãos-não-de-sangue (como eu), colegas de trabalho. É a eles que agradeço e dedico este livro. Aos pais, Vítor e dona Mê, aos irmãos Matheus, Victoria e Filipe, aos parentes, em especial sua avó, dona Naná, a quem ela sempre expressou enorme apreço e admiração — com quem passou sua última tarde —, aos irmãos-não-de-sangue, Djalma, Marcos, Yane, Lauro; aos amigos — de longa ou breve data —, Joker, Híndira, Gardenia, Maria Eliza, Macau, Briza, Gaia, Marina, Dana, Gabriela, Bárbara, Bruno, Marcus, Marianas (a antiga e a nova), Álvaro, Ana, Ezgi; aos colegas e colegas-mais-que-colegas do Metrô, Joaquim, Ian, Liliam, Hélio, Lagares, Marcelo; além de outros — que posso ter esquecido ou que eu não tenha conhecido, por serem de outras épocas — que preencheram a vida da Misson e, certamente, tiveram a vida preenchida por ela.

Daniel Gorte-Dalmoro