Todos os que dizem cada um por si são tolos
Todos nós somos feitos para encontros
Todos nós somos ainda por enquanto
Todos somos andares repletos de ardores
Por isso é preciso comparecer à procissão do encontro
Pelas dores penduradas nos andores.
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_sobre este livro
Cada poeta tem seus desertões.
Terra, gente, luta: tudo se resolve ou dissolve em letras.
Minha terra tem a modesta Igrejinha do
Rosário, onde velei alguns mortos.
A começar por meu pai, que tinha Sebastião em seu nome, na minha terra há muitos Bastiões, incluindo o santo padroeiro:
enquanto ele ficava flechado lá na torre,
Cupido me flechava nas esquinas.
E tenho também outras terras, onde enfrentei rios & desafios. Beagá, Sabará,
quem saberá?
A gente se torna bardo para dar o brado,
se puder, dobrado. E hastear outras vozes, preencher solidões, pois ninguém
nunca está só se a mente é companhia.
A luta é esta: torcer para que o esqueleto
aguente o tranco, para que a casa suporte
as trincas, para que a magia supere os truques e para que o time se levante depois
das quedas.
Tinha um tio que sempre dizia: “ô, luta!”.
E adormecia no canapé enquanto a gente
fazia nele um cafuné.
Outro tio costumava dizer, batendo com a mão no outro pulso: “chumaço, torresmo,
toicinho, tostão”.
E daí?
Um poema é feito de palavras e de momentos. Um poema é feito dos movimentos, por mais imóvel que pareça.
Um poema é a memória pelejando.
_outras informações
isbn: 978-65-5900-087-6
idioma: português
encadernação: brochura
formato: 14x19,5cm
páginas: 60 páginas
papel: pólen 90 gramas
ano de edição: 2021
edição: 1ª