Destituído do direito de ser bicho, tornava-me todos os dias casto e calmo, dormente pela obrigação do nascer do sol, e a luz que brotava queimava e jogava para uma terra distante as sombras que me abraçavam com os seus tentáculos gelados e com a promessa do anoitecer do meu juízo, do crepúsculo da sensatez. E quando a hora vinha, quando não me aguentava de tanto adoecimento, meu corpo pedia a Deus a mesma clemência pedida por minha mãe, as mesmas palavras, as promessas impossíveis de serem cumpridas.