nada me pertence
nada
para chamar de meu Geruza Zelnys
nem o poema
que se perde
da memória obsoleta das coisas
um assobio
dissipa as estrelas
no deserto noturno dos meus dias
R$35,00
_sobre este livro
_sobre este livro
Um gesto preliminar que antecipa o prazer da leitura. Eis o que estes poemas exigem, provocando as pontas dos dedos, ali onde se encontram nossos limites, nossa máxima extensão. Movimento delicado, que solicita frequência, demora, ritmo. Ao toque das páginas, os dias da semana avançam, as palavras se contraem, até que por fim o tempo se transforma, dilatando-se em viagens, sussurros, lembranças. No vazio. Nesse cicio, nesse murmulho, a forma seminal do livro torna-se questão ambivalente, sendo “fórceps”, “contenção do infinito”, matéria incontornável e solitária do fazer literário, mas a qual a poesia quer converter em força, energia, através do choque entre afetos e corpos. Há aqui mais êxtase que gênese, e nesse “abismobase” forma-se uma corrente de versos que flui até atingir profundezas oceânicas, procurando a vida em seu estado líquido. A escrita, assim, torna-se incapaz de crer que haja qualquer coisa indiferente ao desejo: Geruza extrai gozo da pedra, desenha inconstantes letras com frêmitos e arrepios, reúne os ramos secos do mundo, dá a eles uma pele, esperando que a leitura termine em combustão espontânea. Para disparar essa reação, resta uma leve fricção, a fagulha gerada entre o polegar e o indicador. Basta folhear
Tiago Guilherme Pinheiro
_outras informações
isbn: 978-85-69433-68-2
idioma: português
encadernação: brochura
formato: 14 x 19,5 cm
páginas: 112
papel: pólen 90 gramas
ano de edição: 2017
ano copyright: 2017
edição: 1