Faz a curva, paixão!

Disponibilidade: Brasil

subi em cima do meu nome
e decretei
sou eu

R$48,00

_sobre este livro

O nome deste livro poderia ter sido “conjunto de manobras”. Ou um dos outros cinquenta que Ravel pensou e não colocou. Brinquei que elu podia ter feito um livro chamado “livro de nomes de livros”. No final, faz a curva, paixão, porque acho que o que importa pra Ravel e o que se vê nestes escritos é a coisa mesma do movimento. Assim, este livro nos conta sobre criarmos nossos próprios nomes, tomarmos nossos próprios desvios e escolhermos provisoriamente uma ou mais palavras de uma lista de cinquenta que pode sempre se expandir.

Percorrendo a trilha destes poemas, que começam na “pré-história da tesourinha” (“carolina”), nos lembramos nostálgiques de nossas vidas cheias de pequenos prazeres, artimanhas, jogos, verdades e desafios, beijos dentro de armários mas também na frente de professoras (“as professoras ficavam em pânico”), porque sim, é preciso ter um tanto de coragem pra viver essa alegria. Dessa forma, estes escritos perpassam uma vida queer de um corpo que não se interessa em seguir uma linha reta, um caminho dado, mas sim fazer curvas, mudar trajetos, desviar, falhar, retomar, desistir de novo, quantas vezes for necessário. E então, como boas crianças queers que somos, ignoramos a linearidade da normatividade que divide a vida em fases pré-determinadas, porque não nos interessa deixar de todo pra trás o que fomos (e por isso não pisamos em nossos nomes, mas saltamos sobre eles), porque continuamos brincando, inventando, sustentando o “desejo óbvio de ter duas genitais” (“ônibus da volta”), driblando a normatividade e subindo em cima de nossos novos nomes com uma firmeza cambaleante (“ravel”), porque também não nos interessam as coisas fixas demais.

Nós, trans não-bináries, ou, como diz Ravel, “povo das nuances”, que seguimos com alegria radical criando ficções e fricções no sistema, nos encontramos nas palavras de Ravel, que nos leva para dançarmos juntes com seus poemas entre agarrações em congressos estudantis, beijos triplos, paixões caseiras, motins e marchas feministas, nos espaços dos bares e das ruas, na micropolítica dos becos e das rachas. Como em “as crianças com outras ferramentas” (“ali cada criança tinha uma ferramenta/esquisita para qualquer normal”), proclamamos: queremos nos comunicar de forma torta, construir outras linguagens feitas a gritos agudos e com baba escorrendo no canto da boca.

Nasce assim este livro, e nasce também Ravel, forte e bele como um cavalo novo.

Flecha (machorra edições)

_outras informações

isbn: 978-65-87938-87-5
idioma: português
encadernação: brochura
formato: 11,5x18 cm
páginas: 84 páginas
papel polén 90g
ano de edição: 2023
edição: 1ª

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