O mundo era plano
e o silêncio do mistério
pressionava meus ouvidos.
O mundo acabava
no final da minha rua,
na última parada do ônibus.
[a pálida branquidão lunar
para nós, na tenra infância,
parecia mais possível
que um estado vizinho]
O mundo não tinha
conhecimento de seu umbigo.
O mundo, como nós,
não alcançara a puberdade.
O mundo era um bairro
e nosso bairro era o mundo.
(Lugar, página 23)