Delirio gaucho

Disponibilidade: Brasil

tua beleza assimétrica
contornos surpreendentes
fractais incandescentes
dentes de centopeia
margens do titicaca
na tempestade cristã
a bonança de teus matizes
pomar furta-cor
tua magna expansão
krakatoa criando chão
extirpei-te

R$49,90

_sobre este livro

Aqui neste livro leia-se: um orfanato é um orfanato de plantas. Tomie é Tomie Attack. Adília Lopes não morreu (explico o porquê no rodapé — finalzinho — dessa orelha). Kledir acordou borocoxô e o Delirio é Gaucho (ambos sem acentos). Tudo inverso em cada verso. E é disso que gosto. E acho que o poeta (meu amigo autor) nem vai gostar que eu goste. Porque não é disso que se fala. Falhará qualquer propósito de dizer: este livro vale a pena. Quando a alma não é estabanada tudo empena. Contorce, retorce. O bom é o desequilíbrio. Abalo sísmico no sopé da Paulista. Chega de gente chorando sob palavras. Um estegossauro irrompendo no Pacaembu. E outros dinossauros vocês verão ressuscitados por essas páginas. Ao que parece, acho: um verdadeiro trabalho de arqueologia      este volume de poesias. Construídas a partir de rimas que se querem ímãs. Pobrinhas de tão ricas e amplas de tão sozinhas. Raras ruínas de um circo punk. Poemas seriamente engraçados. E acho também que Dilson Branco (Dilson tem um nome que parece um pseudônimo) não vai curtir que eu diga: “cara, tu me fez rir com o uso dos adjetivos”. A maneira com que casaste certas palavras que viviam ad eternum viúvas. E até: nem sei bem o que esse “tu” tá fazendo      neste meu texto. Mas sei. É que tudo em teu livro me influenciou e é inexplicável (poesia não é para explicar). Dono que és de um ritmo incomum. Que vai tornando cada verso (universo) grandioso. Talvez, por isso, tantos edifícios e vulcões e pterodáctilos aparecem pelas tuas páginas. É tão bom ler um livro e querer ler de novo e de novo. Em voz Alta. Mostrar para o(a) colega ao lado. Pedir que espalhe esta novidade: a poesia está viva. Viva! Dito isto, vem o rodapé que eu prometi lá em cima (aqui no pezinho dessa orelha): Adília Lopes nos deixou. Na hora em que eu estava escrevendo este texto. Ainda bem que eu estava com o teu original na mão. O baque foi grande. Foi imenso, parceiro, o tombo. Só não foi maior porque você ressuscitou o tipo de poesia que para mim é a que fica: Adília, Dilson. Dilson, Adília. Entre os escombros.

Marcelino Freire

_outras informações

isbn: : 978-65-5900-892-6
idioma: português
encadernação: brochura
formato: 13x16,5 cm
páginas: 84 páginas
papel polén 90g
ano de edição: 2025
edição: 1ª

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