este Livro convoca os cinco sentidos, é bom que se saiba, Marcela cria mãos por cima das mãos e olhos por cima dos olhos, então esse Livro convoca os vinte sentidos em meio aos raios que se desprendem da pele, escamas para um corpo que Não
cairá em um rio.
“da costela do impossível o poema nasce”
note a importância dos ossos nessa Arquitetura
talvez porque nos ossos dormem
todas as nossas perdas.
ao se aproximar da realidade com a plenitude do sonho, Marcela também se aproxima de Adélia Prado, aos meus olhos duas
irmãs ao sol.
o Sol,
que neste Livro carimba
com selos dourados
o vazio e o silêncio.
Aqui, Marcela investiga o que se transforma através do toque: uma couve, o amor, uma imagem
ao espelho
e também seus vãos, por exemplo agradecer
a mãe
pelas fomes saciadas
ou Abertas,
olhar o rosto da mãe
de frente,
abraçar a mãe
completamente nua
enquanto uma voz de jovem assusta os pássaros no terreno baldio que é o nosso quintal.
é um mergulho [susto!]
na cumplicidade de ser gente, na família e seus fios desconhecidos/reconhecidos no olho do pai que se aproxima com o peixe, vamos comer a morte com algum respeito, será
que é possível?
o centro deste Livro é feito por uma matéria luminosa, pense no ouro, além das pálpebras cerradas, pense
no cansaço
são forças circulares
tecidas por Marcela
sempre através da luz.
“eu nunca mais perdi nada
sem me lembrar do seu nome”
troque: nome
por: Livro
e depois da leitura é possível que aconteça o mesmo com você.
Aline Bei