Bem-vindos os bárbaros

Disponibilidade: Brasil

Viver é isso
na cara lavada
todo dia
o sol

R$45,00

_sobre este livro

Os bárbaros não somos nós, e sim aqueles que nos invadem, “tão doces, tão cruéis”, como a epígrafe de Gilberto Gil por Moama escolhida para acolher, dar margem a esse rio de contenteza, de braveza, de beleza. Também me sinto tão bárbara quanto a estranheza de poder ler todos os poemas do livro “numa tirada só”, numa matemática que já somei e subtraí e dividi muitas vezes, nessa leitura de corpo inteiro. São quarenta e cinco poemas, e o meio dessa conta pode ser o poema “Vulgo amor” ou o poema “Ode à barata”. Entre os dois, está lá “Theodor W. Adorno”, estamos eu e você, leitora/leitor, entre duas cartilhas de muros: uma primeira, que abre o livro e nos convida a “derrubar fronteiras”, e uma última, terceira, que fecha o livro e nos convida a repensar a poesia, o poema, a escrita. Moama escreve em diálogo com tantas mulheres; todas convidadas a dançar nessa roda, pois Moama abriu a caixa de abelhas, e são elas que recebem os bárbaros, “antes que que eles voltem/a cavalo/antes que eles cheguem/em navios”. Os poemas soam como exercícios de resistência, como convites para que possamos seguir de mãos dadas com mulheres que abrem brechas com “mãos que acenam o amor”, com dedos que ensinam o prazer. E Moama abre mais caminhos e revela as leituras e escritas todas de quem aprende e ensina, mais apreende que ensina, porque de verbo a gente precisa mesmo, mas não de esperas tantas, porque as esperas nem sempre são infinitas, infinitivas; são ações de gozo, como no poema “Banquete”. Nessa costura, nessa contagem, nessa numeração, chegamos ao meio, aos gatos, ao gato que “afia a trama”, ao gato de Cortázar, pois sobre Cortázar, Kafka e Ulisses interessam muito mais o gato, a barata (“morre aqui o mito da barata tonta”), o cão e esse jeito de falar da escrita do poema, que é também escrita de um corpo, pois tudo é sangue, tudo é carne, tudo prazer. Escutamos os gritos de mulheres que escreveram como se fossem outras, que escreveram para viver, em tempos outros, e que escrevem, hoje, embriagadas de poesia, que dançam e gargalham ao ler todos estes exercícios de “beleza diabólica”, em mais um diálogo que Moama estabelece, agora com a escrita de Herberto Hélder. Por fim, recebemos o convite para “Habitar a casa”, habitar a poesia que soma, mais do que toda a minha matemática. E que venham os bárbaros, pois temos a poesia. Desse encontro nos alimentamos, nos saciamos e ainda temos muito “o que fazer na cidade”. Vamos ocupá-la com a poesia de Moama.

Ana Marinho

_outras informações

isbn: 978-65-5900-383-9
idioma: português
encadernação: brochura
formato: 12,5x16cm
páginas: 76 páginas
papel polén 90g
ano de edição: 2022
edição: 1ª

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