Ave, eva! Ecce homo

Disponibilidade: Brasil

Quisera eu ser sem nenhuma geografa
Como o pássaro que voa sem geometria
Como o sorriso se faz sem medir espaço
Como a ingenuidade da ovelha assassina

Quisera eu ser sem parentes de sangue
Chamar de filhos cada poema não meu
Chamar de pai aquela sólida construção
Chamar de irmão uma onda mais violenta

Quisera eu ser sem traço nenhum de amor
Render-me fácil à severidade da paixão
Dançar caliente mesmo em frente ao canhão

Quisera eu não ser sequer eu mesmo
E ser, sim, todos que agora riem na sala
E ser, sim, um ninguém a mergulhar num não

R$45,00

_sobre este livro

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Cada verso dos poemas de Ave, Eva! Ecce Homo nos prepara para grandes acontecimentos. Feito teoria da conspiração de sentimentos, somos impelidos a abraçar nossas contradições e a nos aprontar para mostrar novos quereres.

“Abismei velhas teorias”

Desenfreados e ofegantes como uma realidade que adora ostentar desobediências, os poemas do Maiky nos arregalam os olhos e transformam o sentir num ato sagrado. Eu li e conjurei: quero ir com eles e, de olhos e coração arregalados, experimentá-los como gosto de baba de moça.

Repetidamente, os versos contidos aqui desenham paisagens íntimas que escorrem pele afora. Os sinais são muito evidentes, pois os sentidos começam a fazer sentido. Dá para reescrever escritos sagrados e redesenhar mitos com os poemas. O medo de encontrar portas trancadas com anúncios de notícias tristes dá lugar a um levante de sopro e fúria.

“eu volto a usar canecas de alumínio

e quebro um por um os copos de vidro”

Abrindo as gavetas de realidades guardadas nestes poemas, me deparo com essa vontade de rompantes, conversas sinceras e embates como resultado de uma experiência de imersão em mim mesmo. Adoro a possibilidade de um agora sem dor e sem ruídos como quem não se sente mais sozinho em um mar de interrogações. É loucura, eu sei, mas os poemas deste livro me incluem numa grande conspiração junto às minhas incertezas.

É possível dizer também que, nestas páginas, estão contidas uma coleção de pequenas epifanias espalhadas em nós mesmos. Já se permitiu uma coleção assim? Foi tão bom percorrer as linhas e entrelinhas do Maiky Silva que sinto irradiando um pequeno chuveiro de chispas para dentro do meu corpo, tentando tocar fragmentos e reunir minha história num único enredo: sincero, raro, meu, de fato.

Devo nomear? Ou apenas sentir?

Wolney Fernandes

_outras informações

isbn: 978-85-7105-094-5
idioma: português
encadernação: brochura
formato: 14 x 19,5
páginas: 70
papel: pólen 90 gramas
ano de edição: 2019
edição: 1ª

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