Arachnida

Disponibilidade: Brasil

Arachnida é um livro de ensaios sobre o universo dos desejos. O livro gira em torno das aranhas — intercessoras entre mundos humano e divino — e as práticas de adivinhar o futuro, que eram comuns entre culturas africanas e indígenas. O texto segue se desenhando em imagens e cenas nas quais o íntimo se combina ao distante, atravessando geografias diversas. Quem escreve é quem lê, convidada/o a um exercício de investigação sobre a liberdade, o feminino, a movência do texto. Trazendo técnicas de sobreimpressão, a autora conversa com autores e interlocutores na construção de um diálogo que vai mudando o que se diz.

R$49,90

_sobre este livro

Um livro que dança teias

Lia (com a licença da intimidade que este livro enseja) inventa uma trama singular na oferta de seus poemas. Ela secreta um fio a partir do que busca dentro e do que devora de outras teias; generosamente, vai desenhando-o ao encontro de cada um/a que se deixe fisgar.

Seu movimento poético aracnídeo está implicado no mesmo silêncio e lentidão de como se erigem os monumentos, por sua vez, alicerçados no desejo — sempre ele! Em suas páginas, Lia Krucken observa, aprende, nos ensina a delicadeza, os movimentos vagarosos para olhar e sentir, e discute conosco as virtudes do que é miúdo, quase invisível. Olhar é o mergulho antes do mergulho, instiga.

É assim que nos provoca a reparar na miudeza dos fazeres, do gesto que implica o fazer-a-vida vivível e vívida. Rara aranha-de-águas, Lia faz um vasto aninhamento de mundos. No folhear deste livro-teia, cataremos retratos e personagens que, afinal, são encontros — estes eventos que inventam o desejo, e vice-versa.

Assim, a reunião de Arachnida é uma cartografia que desdobra recados e cartas, conversas e leituras. Lia ainda forja raízes, como um modo, talvez, de não perder domínio sobre a própria mobilidade, que está amalgamada aos seus pertencimentos, num gerúndio de procuras e encontros.

A tecelã deste livro também nos desperta sensorialidades, quando nos conduz por sais e outras águas, por rios e matas, mundos de estórias, oralidades, geografias, gentes. Artista que labora com as mãos, ela experimenta o prazer de tear o livro à vista da leitora e do leitor, e para isso convoca corpo — o de quem escreve, a pelo menos oito mãos e oito olhos; e o corpo, ainda mais multiplicado, de quem lê e vibra na trama.

Tomamos contato com o conceito aracnídeo sublinhado em diferentes campos, desde um que é literal, na própria natureza, até um mais metafórico, que configura e se espalha desde o terreiro de axé para toda a comunidade em volta; ou até entre cidades, onde se espalham águas de diferentes fontes e histórias; ou mesmo entre pessoas e suas relações, seus cruzamentos de tempo, passado misturado ao futuro, etecetera.

De suas entranhas, Ananse estende uma ponte afrodiaspórica. Deus/deusa/divindade, subversiva mensageira, tem o poder de produzir centralidades, o fio conduz narrativa, o próprio fio o é. Assim, cada poema é flecha. Arachnida é um livro que dança teias e é uma carta de amor aos livros, às pessoas que são livro, aos eventos que ampliam a própria noção dessa coisa tão amada.

Deisiane Barbosa

_outras informações

isbn: 978-65-5900-940-4
idioma: português
encadernação: brochura
formato: 13x16,5 cm
páginas: 96 páginas
papel polén 90g
ano de edição: 2025
edição: 1ª

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