Aforismos de Zürau

Disponibilidade: Brasil/Europa

Traduzido por Tomaz Amorim Izabel

O momento decisivo do desenvolvimento humano é permanente. Daí terem razão os movimentos revolucionários espirituais quando declaram nulo todo o antes, pois nada aconteceu ainda.

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Traduzir Kafka é ao mesmo tempo uma tarefa dificílima e imprescindível. Dificílima porque a simplicidade do léxico, a singeleza das palavras tomadas uma a uma, contrasta absurdamente com o caráter enigmático gerado por sua combinação, aquele “como assim?” que nos persegue à medida que percorremos uma escrita que, entrelaçada por silêncio e vazio, nunca abre mão de uma fidelidade à lógica. É interessante perceber que nosso desconcerto e o impulso à decifração que o acompanha são eles mesmos núcleos de conteúdo da ficção kafkiana. Por isso, é imprescindível traduzir Kafka; as diversas tentativas de acomodação da sua língua ao português não são meros exercícios de sinonímia ou de escolha vocabular, mas, na verdade, interpretações, propostas de desvelamento de uma obra que parece se recusar a ser idêntica a si própria. Para dizer com outras palavras, e de maneira algo paradoxal, as traduções, necessariamente díspares e divergentes, contribuem para a configuração do texto original, que nelas se manifesta e se desdobra. (Note que sob essa perspectiva é mais interessante falar português do que alemão.) Nos Aforismos de Zürau, esse estado de coisas atinge o grau máximo e a composição fragmentária aparenta desdenhar da continuidade do sentido, tanto em cada aforismo
quanto na sua sintaxe, no encadeamento de um a outro. Como bem aponta Tomaz Amorim na introdução, trata-se de uma obra dotada de um ímpeto teológico, mas que em nada prejudica seu valor para uma preocupação laica com a interpretação. De fato, o místico aqui combina com o mistério do moderno, e o desejo religioso por um mundo reconciliado não difere tanto da ânsia revolucionária por um mundo completamente outro. É diante de tudo isso que surge o mérito da presente tradução, corajosa, de Tomaz Amorim. O domínio do alemão por parte do tradutor, a opção por uma edição bilíngue, o cuidado gráfico, que não espreme as palavras, mas lhes proporciona amplos espaços em branco – tudo isso contribui para a aclimatação de Kafka à lusofonia – tanto a tropical quanto a temperada – em um processo que nunca será orgânico ou sem fissuras, mas que enriquecerá ambas as partes.

Fabio Akcelrud Durão

_outras informações

isbn:  978-85-69433-53-8
idioma: alemão. Traduzido para o português.
encadernação: brochura
formato: 12 x 16 cm
páginas: 236
papel: pólen 90 gramas
ano de edição: 2017
ano copyright: 2017
edição: 1

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