Estamos quase como que invisíveis. A paisagem
da eternidade nos consome. Durante o sono
temos premonições sobre o extravio da luz,
ainda nos doem tantas lágrimas e o rosto
daquele que esperamos torna-se névoa.
A quem é preciso abandonar?
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_sobre este livro
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Não sei como dizer o silêncio, a magnólia ocultada pela luz ofuscante do Sol a pino que estes poemas me doaram como dádiva e memória. Li que Kierkegaard disse: “A melhor prova que se dá para a miséria da existência é aquela que se tira da consideração do seu esplendor.” Miséria e esplendor, lado a lado, sempre. E a poesia de Cíntia é a angústia e o assombro diante de um anjo à cabeceira e outro aos pés. Vivos, no sepulcro vazio a ocultar a coisa amada, o perfume da flor que ascende do pássaro selvagem, desconhecido pelos mensageiros, que funda a nossa vigília, e é o nome invocado pelo fogo perpétuo a quem confiamos a simplicidade do silêncio – dádiva e herança dos mortos à espera das flores. Mas a quem se destina a espera pelas flores senão a nós, que ainda estamos aqui, deste lado do véu, impedidos de dormir pelo farfalhar das asas de uma divindade terrível e desconhecida, pelo pulsar do coração devorado? Como ecoa no covil o voo noturno dos anjos? “Na infinita hecatombe, os deuses se calam. Nenhum trovão.” Cíntia Faria
Fernanda Boaventura
_outras informações
isbn: 978-65-87076-49-2
idioma: português
encadernação: brochura
formato: 14 x 19,5
páginas: 76 páginas
papel: pólen 90 gramas
ano de edição: 2020
edição: 1ª