revisitar a expressão obedecida versos atrás
a fim de extrair dali
a morte do poema
R$45,00
_sobre este livro
_sobre este livro
Abra os basculantes, sinta o vento trazendo as palavras e comece a viagem. Mas já adianto, aqui as palavras não chegam de forma óbvia ou prosaica. Talvez o termo mais apropriado para definir o livro de Vanessa Caspon seja deslocamento. A própria poesia encontra-se descolada do óbvio e do tradicional. Os poemas se movem, flutuam em espirais nada lineares, acertam em cheio aqueles que estão dispostos a caminharem juntos com a autora.
O labirinto iconográfico e textual criado por ela permite acessar sua preciosa cartografia afetiva, possibilitando ao leitor que o percorre as mais variadas e deliciosas fruições estéticas. Para muito além dos sentidos, aqui é possível enxergar o silêncio eterno desses espaços infinitos que existem entre uma linha e outra, entre o vão e a plataforma, entre uma frase e a sua sucessora.
Há a presença de um spleen tropical (e vale acrescentar: feminino, ativista, periférico), essa espécie de melancolia que se expressa sem razão aparente, que nasce com Baulelaire, caminha pelas obras de Hocquard, e chega à poesia contemporânea brasileira por meio de Marília Garcia, em constantes diálogos e reinterpretações.
Haroldo de Campos disse que quando se vive sob a espécie de viagem o que importa não é a viagem mas o começo da. Neste livro experimental de múltiplos caminhos e interseccionais narrativas, o percurso — que também pode ser encarado como procedimento — leva (e traz) o leitor para a dedução de que tudo é linguagem, e assim sendo, tudo pode ser poesia. Alongue-se, respire fundo, permita-se ventar com a autora e faça uma boa viagem.
Camila Assad.
_outras informações
isbn: 978-65-87076-16-4
idioma: português
encadernação: brochura
formato: 14 x 19,5
páginas: 84 páginas
papel: pólen 90 gramas
ano de edição: 2020
edição: 1ª