O poeta são coisas que não cabem aqui

Disponibilidade: Brasil

Cuidar das unhas, pintá-las
colocar uma roupa rosa choque
pôr anéis e pulseiras
usar de toda sorte de joias, adornos
alongar os cabelos, maquiar-se

Sentir-se um homem muito bonito.

R$49,90

_sobre este livro

 

O título desta obra aponta para uma poética dos diversos atravessamentos subjetivos que integram cada verso & cada poema, que se encontram tendo por base este & da adição de ações apesar das violências do mundo tal como é.

Uma poética da quebra e da fuga deste mundo, recordando Jota Mombaça. Uma poética que desencarcera o poeta e o leitor para que o sonho não seja uma “sala fechada”.

Belezas & angústias estão aqui & não cabem aqui. Esta é a possibilidade de encontro com você, leitor. Não caber aqui talvez aponte para os limites da escrita. Os textos aqui presentes como extensão da vida encarcerada e da invenção da vida-liberdade: “escrevo enquanto danço”. É um texto corporal suado cansado da vida & a desejando. Vitor Silva escreve: “eu sou dúvidas e indagações / eu sou meio e nunca final / eu sou caminho sem chegada / sou matéria / corpo, carne, ossos, mas // quem sou eu do lado de dentro da casca, do frasco, do recipiente? // eu não caibo em mim mesmo?”

Aliterações, rimas, poemas visuais, erotismo, ironias gritam o silêncio — como diz o poeta — guardado diante do fundamentalismo religioso e da cisheteronormatividaderacista. Inventar esta poética & desejar criar além do que está imposto. É preciso começar a única coisa que vale a pena começar, criar outro mundo, nos disse Aimé Césaire. Nesse sentido o poeta Vitor diz “coisa pouca não basta” & “o coração fotografou / aquilo que não cabia somente aos olhos capturar” & “sonhe de asas abertas” & “para além de / respirar / viver” & “anseio por mais”. Os poemas nos convidam reiteradamente para irmos “além de”.

Conheço a biblioteca pessoal deste poeta pessoalmente. Munido de poesia concreta, literatura marginal, literatura negra, e tantas outras, ele traduz em ampla invenção. Vitor estreia sua poesia fora de rótulos teóricos. A palavra “coisa” permite tudo & tanto. É uma incógnita aberta para permitir que a vida seja mais. A poesia amplia a vida.

Aprendemos ainda meninos que, apesar dos obstáculos que viriam, a gente poderia alçar voos e contrariar as baixas expectativas sobre nós. Partilho com Vitor a nossa poesia primeira, as bases para tantos sonhos moverem este livro: nossa mãe, Andreia da Conceição, que nos disse recentemente, “acho que vocês herdaram a escrita de mim, eu escrevia”; nossa avó, Maria Vilma da Conceição, que sempre nos falou que herdamos dela a inteligência; nossa bisavó, Djanira Sebastiana de Jesus, que segue ensinando sobre fé na vida.

Caio Gabriel da Silva

_outras informações

isbn: 978-65-5900-857-5
idioma: português
encadernação: brochura
formato: 14x19,5 cm
páginas: 80 páginas
papel polén 90g
ano de edição: 2024
edição: 1ª

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