Eu não preciso da lírica
Só dá poética
Todos têm direito à poética
Inclusive os malditos desafinados
R$49,90
_sobre este livro
“Afeita a limbo/arte sem mecenas/embrutecida/feita à minha bel mercê.” Tais versos, como muitos outros deste Espelho só, expõem o cotidiano do artista errante, projetado pela escrita de maneira orgânica. Em outro poema, precisamente intitulado “Seu desejo”, o autor conjectura sobre a aptidão da fala para a arte e o amor: “Falar até quando não posso (acho que nunca pude), desautorizado, proibido, interditado/Irrelevante, falar por falar/Não é isso que chamam de arte?/E sua atenção sincera à minha fala irrelevante?/É isso que chamam de amor”.
Nesta reunião de poemas de Victor Oliveira podemos ver o espectro da simplicidade de O Velho e o Mar, da intimidade e delicadeza de A teus pés e do fragmentado desassossego de Fernando Pessoa. A poesia inerente a uma vida prosaica, transpassada por toda a dificuldade do que é traduzir a realidade sem olhar para o abismo (ou muitas vezes olhando e seguindo, mesmo assim), traz ao leitor o fascínio de olhar o outro pela fresta da porta.
Em busca do seu próprio espaço — até mesmo geográfico, entre os morros de Minas e a vida noturna paulista —, Victor escreve sempre do interstício, e Espelho só traduz a liberdade desta condição. Ou, como diz em um de seus versos: “Onde está o ponto na face da Terra em que eu me vejo exausto, caído, espatifado, fatigado, enfim, livre?”.
Luiza Anaya
_outras informações
isbn: 978-65-5900-833-9
idioma: português
encadernação: brochura
formato: 14x19,5 cm
páginas: 76 páginas
papel polén 90g
ano de edição: 2024
edição: 1ª