Divina

Disponibilidade: Brasil

Quem e o que escolhemos esquecer? Clara se faz essa pergunta quando descobre que Divina, sua bisavó, a única parente negra de uma família branca, está enterrada num túmulo sem lápide. Enquanto ela tenta retomar a história da bisa, outra voz surge na narrativa. É a própria Divina, que narra sua trajetória como dona de um bordel em Goiânia no início do século XX, bem como a relação conflituosa com Natã, seu filho e futuro avô de Clara. Do jogo entre essas duas vozes, da bisa e da bisneta, cria-se um panorama de uma mulher dona de uma existência que insiste em pulsar ao longo do tempo.

R$60,00

_sobre este livro

Este romance, o primeiro de Gabriel Jubé, é uma pequena joia literária.

A protagonista, Divina, tem o dom dos grandes personagens: linguagem, força, beleza. Sua história é contada por ela mesma e pela bisneta que, movida pelo desejo de desvendar quem foi a bisavó que a família desconhece ou esconde, torna-se a narradora dessa jornada. As duas vozes se complementam lindamente e fluem sem obstáculos, dando a Divina a primazia de uma linguagem que sobressai pelo lirismo, contundência, veracidade.

A trama consistente e original prende nossa atenção, comove. Com sutilezas e suspenses, vai desenrolando seus fios perturbadores: os bastidores de uma casa de prostituição, casa que Divina construiu quase do nada e manteve enfatizando seu lado de acolhimento e solidariedade; o mundo escondido das crianças protegidas por todos que viviam ali; a complexidade dos sentimentos entre Divina e o filho; os amores que, entre conflitos e contradições, surgem com a potência de destruir barreiras e se impor ao tempo.

Os personagens que gravitam em torno da figura de Divina adquirem carne e alma por meio de seus atos e comportamento. Natã, Hercília e Jamila nos mostram, com muita sensibilidade, que a vida nunca foi só de flores, tampouco só de amores.

Há vida que pulsa. Há abandonos. Há emoção que nos envolve. Há uma mangueira e um caroço de manga. Há água do córrego que corre lavando pés. Há frêmitos e paixão. Como em toda ficção nas mãos de um escritor digno do nome, há verdade.

Saímos dessa leitura sabendo que não esqueceremos Divina, tampouco sua vida de temores, perseguição, dilaceramentos e alegrias.  A Casa de Didi, a casa que ela construiu, merecia uma história assim.

 Maria José Silveira

 

_outras informações

isbn: 978-65-5900-761-5
idioma: português
encadernação: brochura
formato: 14x22cm
páginas: 164 páginas
papel polén 90g
ano de edição: 2024
edição: 1ª

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