“Meu pai continua, e seu monólogo é agradável, penso na obviedade das coisas que nós negamos, penso que deveria tê-lo escutado mais, tê-lo deixado discursar sem combatê-lo porque tudo isso é a necessidade que tem de ser compreendido e aceito pelo filho que tomou outro rumo, que escolheu outra vida, oposta à sua, talvez essa decisão lhe alfinete sutilmente a alma, e o que tem isso de diferente das minhas réplicas racionais e inteligentes, dos meus argumentos que sustento como se minha existência dependesse deles, como se minha aceitação dependesse da aceitação dos outros quanto à minha inteligência (…)”