Frio magma é um livro sobre encontros repletos de consequências. Vida e morte, alegria e tristeza, amor e solidão, delírio e lucidez, sol e chuva, mar e sertão. Rejeitando o repouso nas dualidades, o que interessa aqui é o conjunto de forças que habita a fronteira, o
espaço arrevesado do “entre”.
Os 14 contos passados em Fortaleza dão ao/à leitor/a a chance de cruzar com tipos comumente encontrados na capital cearense. Os personagens percorrem caminhos incertos, questionam o tempo todo as próprias intenções e se aproximam da dimensão extraordinária do cotidiano.
R$52,00
_sobre este livro
Frio magma é rocha fundida no subterrâneo que vem à superfície e corre lambendo o solo, lava que resfria e fabrica o mundo. Disso é feito o livro de Leonardo Araújo: do choque de temperaturas que muda estados físicos; do absurdo cotidiano que transborda quente e forma o chão da cidade — que é Fortaleza em várias das suas nuances, mas que é também qualquer lugar que construímos dentro do corpo que pressente o assombro.
A capital alencarina, assim como nosso próprio desamparo ou mesmo a mistura entre crença e descrença no agora e no depois, nos encontra, ao mesmo tempo, na pele suarenta do “caçador” — personagem que guarda os segredos do mundo em latas de leite —, na solidão do Edifício Rubi e ainda no cansaço e na rouquidão que guardam as palavras ditas por um navio-fantasma. A suavidade das cascas de manga, o amor desavisado da morte e as mentiras que o passado conta formam esse “oceano vermelho-alaranjado de poeira e vento” que Leonardo Araújo anima em Frio magma.
As palavras, aqui, fabricam imagens que se sucedem no corpo de quem lê. O “azul elétrico” do céu da capital, a profundidade do buraco que cresce, o corpo de poucos satélites que repara o vazio são também caminhos que o livro assenta — e nos convida a tracejar. O passar de páginas põe nossa respiração suspensa e nos obriga a abrir os olhos, vem nos acertar em cheio e “derramar o próprio calor em todas as coisas”. As masculinidades falhas e risíveis, as histórias de amor que se esgarçam ou se costuram como tecido de algodão, as maternidades possíveis, as falências, os medos que nutrimos e os que teimamos em ignorar, tudo isso nos espreita por dentro das histórias que, como pequenos filmes, são memória feita pra ver, ouvir e guardar. É um convite à atenção: este é um livro sobre o que teima em acontecer.
Marília Oliveira,
artista visual e pesquisadora.
_outras informações
isbn: 978-65-5900-424-9
idioma: português
encadernação: brochura
formato: 13x19 cm
páginas: 152 páginas
papel pólen gold 90g
ano de edição: 2022
edição: 1ª