começa sempre
assim num fim
com espaços
imensos com sentenças
esparsas sempre
com um não
saber profundo
um não
entender não é
desentender
começa sempre
assim com um
cada vez mais
abissal em seu som
nulo até nos tomar
por completo
e imaginarmos ouvir
este tom
R$45,00
_sobre este livro
quase é um livro de poesia escrito por Juliana Marta, que nada e nadifica, faz das ninharias, coisas grandes, e das grandes coisas, insignificâncias. Começo a achar que todos os nadadores, aqueles que mergulham e atravessam pedaços de mar, são bons poetas e bons professores. Neste livro, precisamos atravessar as páginas nadando em crawl, com respiros rápidos e precisos, ou de costas, deslizando na superfície com toda a calma. No meio desta Pandemia, em que a vida humana foi posta em risco e riscada da lista de prioridades, rabiscar escritas e ver-se riscado por palavras, aparece como uma sorte de esperança. Como se fosse possível respirar de novo. Alguns versos têm qualquer coisa de revelatória, como se a autora tivesse ido longe demais na mente e nos desejos humanos e nos presenteado com faíscas que nos lembram da vida, do que significa, ainda, estar na vida como nadadora na água. Faíscas são coisas belas e fugazes. É preciso estar atento para não perder os gatos, as chuvas, as advertências, os vazios, os amores e os devaneios. Palavras unidas em curtos verbetes e longos pensamentos entrecortados por tempos acumulados. Tempos de muitas julianas que são como você e eu, mas não exatamente, quase. Poesia que lê, com nossa voz, um futuro no qual ainda é possível existir em aparências —tão importante é o que se mostra! — e aparições, sonhos, delírios.
Sofia Porto Bauchwitz
_outras informações
isbn: 978-65-5900-307-5
idioma: português
encadernação: brochura
formato: 12,5x16 cm
páginas: 52 páginas
ano de edição: 2022
edição: 1ª