Txaiuirá

Disponibilidade: Brasil

Chanduca acesa parecendo estrela
punho de rede teu punho no tambor
chão de terra cheio de tempo
sereno.
peço e rogo, jurema
os pés do pajé são pingos de chuva.

R$48,00

_sobre este livro

Jorgeana Braga atravessa uma floresta para escrever este livro de pouco mais de 80 poemas. Parece um bicho, uma árvore, uma semente, um rio, uma flor, uma canoa. Ela também ocupa terreiros e quintais sagrados, abrindo clareiras e claridades onde dança com seus versos entre raízes e trovões, pétalas e vertigens. Em um momento está no meio de um tambor de crioula. Em lugar de rimas e dodecassílabos, pungadas, batuques e toadas. Com seu caboclo no peito, Jorgeana se aproxima ainda de uma etnia para pedir a bênção ao pajé. Em lugar de aliterações e paronomásias gratuitas, passagens comoventes transformadas e celebradas neste grande ritual de vivências de corpo e alma: TxaiUirá.

“Como uma borboleta que voa para dentro da terra” numa “tarde laranjeira”, a poeta nos apresenta versos delicados. Muitos deles se enquadram, por exemplo, nas vivências poéticas de Leonardo Fróes, ou dialogam com a última fase de Reuben da Rocha, artistas-poetas que caminham pelo mundo, se confundindo, cada um à sua maneira, com a ânima da natureza. Há também em TxaiUirá algo da ambiência telúrica de Regina Colônia, do belo Sumaimana, além das paisagens-pinturas dos haicais japoneses que tanto nos encantam e nos cobrem de sabedoria. Jorgeana Braga sabe que toda essa intensa ancestralidade trazida para o cotidiano não salvará o mundo, mas sem ela a vida parece não ter sentido.

Mais que comentar este livro, é urgente lê-lo e relê-lo, como que refazendo a caminhada da poeta, do primeiro ao último poema, sem se prender ao começo e ao fim, já que o último é também o primeiro e vice-versa. Como um mantra sagrado costurando seus véus e nuvens, em que chão e céu se confundem na mesma luz e sombra, sol e lua, aurora e crepúsculo.

TxaiUirá é um reencontro, um ritual. Estamos todos ao redor da fogueira. Hora de celebrar. Tambores afinados, vozes atentas, pele e carne num mesmo corpo de anjas e pássaras. Eis os poemas! Que ninguém deixe de provar, beber ou comer os versos de TxaiUirá, porque “o dia se abre como rosa menina”.

Celso Borges

_outras informações

isbn: 978-65-5900-437-9
idioma: português
encadernação: brochura
formato: 14x19,5cm
páginas: 112 páginas
papel polén 90g
ano de edição: 2023
edição: 1ª

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