Plagiando Hilda

Disponibilidade: Brasil

Folheio tua poesia helena (ora
minha!) e reviso. Folguedos de verão.
Febris, incenso e candência, fôlegos
e ternos relevos esboçando em ti
o que desconheço ainda hoje.

R$45,00

_sobre este livro

Este exercício de plágio sobre Júbilo, memória, noviciado da paixão, de Hilda Hilst, não se esgota no estudo dos recursos composicionais da poeta ou na perspectiva dum “elogio às influências”. Seu ânimo verdadeiro está antes na tentativa, aliás malsucedida, de incorporar ao cotidiano e disciplinar – apesar das circunstâncias – a fidelidade à prática diária do poema, tal como a herança biográfica registra aqui e ali a respeito da poeta plagiada. Que um livro específico tenha servido de matriz para organizar o ambiente necessário à empreitada é algo que se explica muito mais pelo acaso e pela trivialidade que por qualquer motivação cobrada ao texto. Digamos, para seguir logo adiante, que era o livro ao alcance das mãos quando o projeto de plágio ganhou consistência e seus primeiros rascunhos. Desenvolver o hábito e a intuição de sua reação sobre os poemas resultantes, para fora do círculo da “inspiração” e da “poesia-expressão-imediata” foi, portanto, o principal. Se vez e outra a interpretação estrita da matriz recebeu alguma atenção, temos aí um mero atalho, o mais preguiçoso possível, para contornar as dificuldades impostas ao projeto. Nesses casos, compreender a matriz é coisa que igualmente me escapou, por incompetência assumida e dos modos mais variados que se possa imaginar.

Uma última palavra a respeito da matriz antes de chegarmos a este plagiando hilda. Sua função quase figurativa no projeto não deve ocultar o quanto há nela duma estratégia de modulação entre ao menos dois campos, duas dicções, não complementares de antemão, num recuo bastante provocativo e plagiável até certo ponto… Ainda assim, outro detalhe acessório para o momento, e que poderá ser aferido com maior acuidade pela atenção ledora futura.

Desconfio que todo argumento investido nesta orelha não servirá, confusas que andam as coisas às vozes. Então é melhor ficarmos pelas atenções. Jamais iria de fato adiante sem registrar onde esses poemas saberão existir melhor. Trata-se do espaço sonoro, da expansão da fala presente, dos pulmões e ouvidos atentos à frequência vital, atentos aos ritmos amigos da hora de lapidar e dilapidar, os reais conhecedores da noite difícil. Aí, onde o que pensamos ser mais objetável escapa sem sabermos como, por que razão ou em que direção, exatamente aí deparamos algo que talvez se pareça com um ponto de partida.

Agora, adiante. Marcus Vinícius Lessa 

_outras informações

isbn: 978-65-5900-014-2
idioma: português
encadernação: brochura
formato: 14 x 19,5
páginas: 110 páginas
papel: pólen 90 gramas
ano de edição: 2020
edição: 1ª

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