sou apenas a ave ferida
que jamais conseguiu sarar:
apenas sei que parti
e nunca mais logrei chegar.
será porque não fiz a despedida?
sempre senti, no prazer,
mágoa secreta:
tudo era algo que me aparecia
e que, depois, logo me fugia,
como se eu fosse uma noite,
escorraçada pelo dia.
que é, da essência de mim,
que me foge e onde mora?
porque é que, mal aparece,
me abrasa e depois chora?
onde paras tu, ó alegria?