O presente livro é um convite a viagem: Grand-tour.
Em 2014, um grupo de nove artistas mobiliza-se a residir durante três meses nos arredores da Alfinete Galeria, na cidade de Brasília. Essa investigação-vivência entorno da galeria desdobra-se em muitas paisagens, um processo-território tecido por escritas, imagens e afetos que resultam em uma exposição, um livro e em um grupo de pesquisa, o coletivo Vaga-Mundo: Poéticas Nômades.
A presente publicação de Grand-Tour, este diário de bordo / livro de artista / relato de viagem, permite que o que outrora fora um exemplar único sonhe-se múltiplo e possa dispersar-se por todos os cantos (não seria essa sua [con]vocação?). Afinal, o encontro com um livro, tal como com uma paisagem, é sempre fortuito, sempre um acontecimento feliz. Diz-se “paisagem” como quem diz “encontro”; a leitura e a viagem são cúmplices nessa poética do deslocamento.
Ao abrir esta estratigrafia de páginas, enuncia-se e engendra-se uma viagem em múltiplas espessuras. Deve-se sempre tatear um livro, sentir sua sutil aspereza, sua superfície fibrosa, e trazê-lo à fronte, até sentir seu aroma, até fazer da leitura um exercício de vertigem. Toda página prepara horizontes na cisura de sua encadernação; toda noite do livro sonha-se à aurora da leitura.
Este livro é, por fim, um convite e uma convocação: podemos também viver na aventura de um nomadismo poético, podemos também habitar essas topografias imaginadas no tempo de sua contemplação. Desvelar, da leitura, sua condição de vaga mundo: virar a página, viver distâncias, quem sabe voltar.
Um convite generoso: habitar o entorno, estar junto, redescobrir-se no deslocamento.
Boa leitura!
Boa viagem!
Bom encontro!