Cacos & casos

Disponibilidade: Brasil

eu continuo preso neste quarto
há rachaduras no meu peito
com a distância do teu sorriso
meus dias ficaram mais longos
o céu cada vez mais cinza
não há fuga no espelho
o peso do vazio me assusta
todo caminho é confuso
desconhecido sem teu toque.

R$52,00

_sobre este livro

Nas primeiras vezes que li, eu me confundi. Eu escrevi ‘Cacos & Acasos’, ou foi ‘Casos & Atrasos’? Lendo “Cacos & Casos” eu lembrei que o amor nem sempre é tão azul, porque “até o amor ser bom, ele é tão ruim”. Posso ouvir Letrux cantando, chorando. Assim como algumas pessoas, os poemas de Janderson T Sousa tem gosto e cheiro decigarro e vinho baratos. Nessas linhas que pegam fogo, ele nos diz “e meus versos estão em colisão”. Com a mesma sensação de insegurança que todo acidente oferece, eu me fiz algumas perguntas: são poemas, letras de rap, cartas ou páginas de um diário? O hibridismo de gênero, característico da poesia contemporânea brasileira, está muito presente nesta reunião dos dois primeiros livros, lançados de forma independente e digital, de Janderson T Sousa, e se intensifica ainda mais quando este traz para o seus textos outras vozes, como Kerouac, Clarice, Almodóvar e José Aldo, com a mesma intimidade que seu melhor amigo te recebe em casa para uma noite de desabafos, ao som de Thiago Pethit. Nós também estamos aqui. Janderson T Sousa é rapper. E talvez por isso ele nunca está só. Talvez por isso eu me sinto em um slam, em um sarau; porque é ouvindo alto seus poemas que eu me aproximo tanto dos seus silêncios. Engraçado, eu ia escrever fragmentos. Usando suas palavras, ele me diz que “tudo que escrevi, escrevi embaixo d’água.” E me faço outra pergunta: é possível escrever embaixo d’água? Lembro de uma poema de Nina Rizzi e me faço outras perguntas: é possível escrever sob um teto em chamas? É possível escrever atravessando uma cidade, “só para te ver dançar”? E este livro, nas suas mãos, me grita: “escrito na confusão dos olhos”. Você consegue ouvir? É assim estar apaixonado? Escuta. Kintsugi, ou kintsukuroi, é uma técnica japonesa de reparação de cerâmicas que colmata as falhas de uma peça cacos cobrindo-as de resina misturada com pó de ouro, prata ou platina, diz o Google, formando (a)casos. Isso pode não significar muita coisa, mas me lembra de um conceito de leitura que diz que ler é construir sentidos, juntar os cacos, formando casos, como estes poemas aqui.

Caio Balaio

_outras informações

isbn: 978-65-5900-651-9
idioma: português
encadernação: brochura
formato: 14x19,5cm
páginas: 128 páginas
papel polén 90g
ano de edição: 2024
edição: 1ª

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