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as 12 voltas de júpiter e a mira de saturno

Disponibilidade: Brasil/Europa

não crer no mistério é como observar o vazio
sem ceder, perplexo, ao esquecimento
do nome do tempo
registro de pedra à porta dum sopro
que se instaura e inaugura
o momento mesmo do sopro.
o mistério dum tempo
não daqui, mas de antes
a centelha de outrora de alhures
afronta o corpo presente
matéria forjada no campo
inenarrável da Ideia:

talvez seja isto
a impossibilidade de desvio
da irrefutável concretude
da estrutura e
do motivo por e a que viemos.

(…)

[almuten figuris, página 31]

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_sobre este livro

Os poemas de Ana Zambi queimam: como a verdade prática ou a brasa do cigarro. Tanto fado: verdade, destino, quanto fardo: peso e responsabilidade dessa mesma verdade e destino — “carregar o signo do rigor das palavras/é fado e fardo/não se transmite”.
Astróloga e poeta, Ana Zambi surge com o belo as 12 voltas de júpiter e a mira de saturno, um primeiro livro que reflete os ciclos da experiência. Ciente dos desastres e augúrios que esses ciclos podem causar, esta poesia pendula entre o trauma e a beleza, tentando tirar do cotidiano aquilo que os ingleses chamariam de “silver lining”, ou seja, o revestimento prateado de toda situação tempestuosa.
A expressão significa “tudo tem um lado bom”, o que poderia ter laços bem apertados com o sentido jupiteriano do otimismo: mas se engana quem acredita que os poemas de Zambi caem no otimismo inocente ou no dualismo estanque. Com o lirismo temperado de ironia, devedor de Alexandre O’Neill, citado nas epígrafes do livro, esta poesia também elabora com escárnio a reação a uma realidade comezinha e mundana demais.
Quanto a ela, o maior tributo a se pagar com a moeda do tempo de Caronte é listar as coisas escritas com fúria: “olhos fechados de desejo/tentativas de esquecer o frio/a cama dura que nos fere as costas/as minhas costas feridas e o modo como as dei ao mundo”.
Sem querer dar spoiler, as 12 voltas… falam de como se voltar mais uma vez para esse mundo, se reconectar com ele, a partir do básico: dos seus elementos naturais, da escrita vertiginosa dessa realidade, do desejo por um corpo permanentemente em falta.
Quem está sob a mira destes poemas é o leitor, ele é o interlocutor final dessa voz que se dirige ao ser amado, aos luminares, às métricas do céu. Que ele se permita ser flechado.

Fernanda Drummond

_outras informações

isbn: 978-65-5900-720-2
idioma: português
encadernação: brochura
formato: 13x16,5 cm
páginas: 64 páginas
papel polén 90g
ano de edição: 2024
edição: 1ª

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