não crer no mistério é como observar o vazio
sem ceder, perplexo, ao esquecimento
do nome do tempo
registro de pedra à porta dum sopro
que se instaura e inaugura
o momento mesmo do sopro.
o mistério dum tempo
não daqui, mas de antes
a centelha de outrora de alhures
afronta o corpo presente
matéria forjada no campo
inenarrável da Ideia:
talvez seja isto
a impossibilidade de desvio
da irrefutável concretude
da estrutura e
do motivo por e a que viemos.
(…)
[almuten figuris, página 31]