Manuel Neto dos Santos


(Alcantarilha, 1959)
Poeta, actor, declamador, tradutor, poliglota. Activista cultural
desde a adolescência. Figura incontornável na moderna poesia
portuguesa. Autor de importante e multifacetada obra poética,
grande parte dela ainda inédita. Nas 33 obras já editadas, espelha-
-se a sua essência lírica e telúrica, remetendo-nos para uma clara
e marcante ascendência arábigo-andalusina, nos claros sensualismo,
ritmo e luminosidade narrativos. A riqueza de todo um léxico
linguístico onírico aliada a uma frescura de “voz poética” tão
livre, única, quanto universal.No plano geral da sua obra, estamos
perante um autor cuja profunda intuição poética é um constante
regresso à infância pelo permanente, e obstinado, labor imbuído
de um clarividente lirismo. No domínio do verso branco, num profundo
rigor da língua mátria, encontramos uma escrita desenvolta,
fortemente metafórica, simultaneamente amorosa algo mística
quando se investe de um poder rítmico na travessia da carne
substantiva dos vocábulos. Poeta da realidade interior, a vocalidade
intimista dos seus versos tem a pulsação da vida através de
uma voz e registos confessionais numa nítida identificação com o
circundante instaurando, da solidão vivida, o tom melancólico e
ao mesmo tempo a vertigem criadora.
Nos seus trabalhos de actor divulga, em prisões, escolas bibliotecas,
em monólogos, João de Deus, Bocage, al-Mu´tamid. Colaborador
assíduo de inúmeras revistas de poesia, tanto em Portugal
como em Espanha. Em reconhecimento pela sua vasta actividade
literária quer no que diz respeito a obra própria como na divulgação
na divulgação de poetas portugueses, espanhóis, chilenos,
argentinos e iraquianos, a Arandis Editora homenageia-o criando
o Prémio Literário de Poesia Manuel Neto dos Santos agora na
sua quarta edição anual. Está traduzido para Espanhol, Francês,
Inglês, Árabe e Romeno.