Pandemônio em sua totalidade durante a pandemia que nos assola, em meio ao isolamento e espanto com negacionismos diversos, os versos caminham foi escrito quase que pela dor e a esperança em momentos difíceis de ódio e obscurantismo.
A obra é crítica e claustrofóbica, carregada de alusões aos dias difíceis atuais pelos quais passamos e o tamanho retrocesso que aflora em governos conservadores e negacionistas, onde nega-se a ciência, o conhecimento, negam-se as artes, a diversidade, montando-se base em discursos racistas, lgbtfóbicos, misóginos, xenófobos. Dias em que se prefere por exemplo isentar de impostos a importação de armas e tributar os livros. E, neste momento, nenhum artista pode se omitir, ninguém pode se omitir.
Dias difíceis,
Eis a fase em que nos encontramos
A pandemia não acabou
Mas os negacionistas ganharam força
Negar é como estar tudo bem se você não acreditar
É deixar-se morrer, afetar os seus
Os enterrar
E mesmo assim não acreditar
É fazer tudo o que se devia e sonharia de uma vez
Justamente no momento em que não se pode
É o retrocesso de um século batendo em sua porta,
Com revolta dos antivacinas
É um se igualar a terraplanistas. Wagner Tonin