Ana de Jazus
Portugal (1982), pseudónimo de Catarina Gonçalves, que num verão quente de 2012 restaurou a casa em ruínas da avó paterna e encontrou uma mala antiga, de enxoval em madeira, com as iniciais do nome da sua bisavó. A partir daí adoptou-o para a sua escrita. Nasceu no hospital de Cascais, dia 28 de Julho, pelas mãos de uma parteira moçambicana. Filha de pais nascidos no baixo Alentejo em que a fome e a ditadura também lá moravam. Seu pai foi à guerra de 1971-73, em Moçambique. Sua mãe cresceu numa família de cinco irmãs e um irmão, com um pai pastor. Cresceu na Rua Eça de Queiroz em Mem Martins, nos subúrbios de Lisboa. Aos 12 anos começou a dançar, aos 15 teve uma máquina de escrever semiautomática, com a qual rabiscava algumas histórias, em 2010 escreveu os seus primeiros poemas. Estudou comunicação social na escola secundária, licenciou-se em educação, pela ESE, Lisboa (2004), e posteriormente em artes do espetáculo: dança contemporânea (2007), na ESD de Lisboa. Foca o seu trabalho artístico na dança e na escrita em contextos que observam e questionam o corpo social/político, sobretudo da mulher, assim como a relação entre público/performer. A aproximação à comunidade pauta o seu percurso. Foi selecionada para editar o seu primeiro livro de poemas Sopa D’Urso pela Editora Urutau em 2018.