uma sucuri abriu meus lábios
e com a sua pele pantanosa
ensinou-me que a fome é a única
forma de linguagem.
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_sobre este livro
Os ventos e as marchas, de Jorge Vicente, é uma obra em que a poesia se entrelaça com a natureza, revelando uma profunda conexão entre o ser humano e os elementos que moldam a existência. Dividida em duas partes, a coletânea reflete sobre o corpo, a linguagem e o mundo natural em uma sinfonia poética repleta de imagens sensoriais.
Na primeira parte, “Os Ventos”, Vicente evoca a vastidão da floresta e a fusão do corpo com o ambiente que o rodeia. O vento, como força ancestral, carrega memórias e revela o potencial transformador da palavra. Em versos como “uma sucuri abriu meus lábios / e com a sua pele pantanosa / ensinou-me que a fome é a única / forma de linguagem”, o poeta dialoga com os instintos mais profundos, mostrando que a comunicação surge da necessidade visceral de expressão, tão natural quanto os rios que correm pela Amazônia. A linguagem aqui tem uma fisicalidade, como se fosse um corpo que respira e age, refletindo uma conexão orgânica com a floresta e os seres que habitam esses espaços.
Na segunda parte, “As Marchas”, o ritmo dos poemas revela um caminhar deliberado, evocando o progresso e a resistência de uma jornada coletiva. Em “silêncio e vida e marcha e amor / e círculos de cultura nascendo e baptizando / o desejo e a esperança”, o poeta celebra a resistência humana e a marcha em direção à esperança, sempre marcada pela luta e pelo renascimento.
Jorge Vicente também questiona o papel do corpo e da palavra na existência humana. A imagem do corpo que “escreve sempre na profunda voz da catástrofe” sugere que a experiência de ser humano está entrelaçada à criação e à destruição. O corpo e a palavra tornam-se territórios de expressão e repressão, rompendo e refazendo a própria humanidade.
Os ventos e as marchas é uma obra que pulsa com vida, movimento e resistência, convidando a refletir sobre o equilíbrio entre a força bruta da natureza e a fragilidade da existência.
Lisa Alves
escritora e videoartista, autora de Arame farpado e do livro transmídia Quando tudo for possível.
_outras informações
isbn: 978-65-5900-871-1
revisão: victor negri
idioma: português
encadernação: brochura
formato: 13x16,5 cm
páginas: 72 páginas
papel polén 90g
ano de edição: 2025
edição: 1ª