Extra/vazante

Disponibilidade: Brasil

A lasca perdida nos trânsitos da vida;

a quentura que envolve as mãos lanhadas repletas de histórias;

a dureza nos olhos de quem já viu muito. Ouviu ainda mais e pouco falou. Porque pouco viveu a vida que poderia

ter sido.

A redenção e — de novo — a quentura espalhada pela fumaça, mãos, olhos e palavras.

Voz trêmula, desacostumada.

Pigarro que prenuncia a permanência futura do alívio.

R$48,00

_sobre este livro

O livro em suas mãos é a certidão de nascimento da Coletiva Lã Terna. A Coletiva formou-se através de trocas literárias e vivências partilhadas pelas poetas Orquídea Fernanda, Joseane Maria, Monique Brito, Jacqueline Ferraz, Giselle Veiga, Carol Àdúnlabí e Ana Ladeira, que se conheceram ao longo do curso de formação de escritoras Feminismos Plurais, oferecido pelo Sesc Niterói, em 2022, no qual fui professora junto a Tatiana Pequeno, Monique Malcher e Amara Moira. Nascida do encontro, da prática de escrever em grupo, das transformações possibilitadas pelo escrever, entoar, ouvir, colaborar e performar, a Coletiva se inventa através de experimentações e exercícios de estar na pele da outra. Como o monstro de pedra, um dos habitantes deste livro, que descasca sua pele para sentir o frescor do vento. Para além da solidão, a escrita aqui é comunitária, modo de estabelecer elos, praticada na dinâmica da convivência e dos jogos de escrita com regras e restrições. Vamos percebendo os jogos e os elos ao longo da leitura dos poemas. Na trilha dos trocadilhos, Extra/Vazante apresenta uma voz autoral múltipla, tal qual um acorde dissonante em que soam juntas as vozes de cada poeta e seus estilos particulares. A coletiva é pluritonal. A imagem da ternura da lã (que remete a um feminino acolhedor, doce e maternal) nos dá uma rasteira logo nos primeiros poemas: “o sangue nunca foi suficiente/para me conectar a ninguém”, “minha gargalhada é a faca/que corta a tua garganta”. É através deste bote que se movem, para além das bordas do previsto para mulheres, as vozes de vazante. “ora, é feminina/embora também abrigue/meninos trans/uns e outros/que dizem sonhar um dia ser/ mãe”. As vozes aqui excedem a normatividade do feminino, criando literatura sem um teto todo seu. São poemas de quem escreve na marra, no ódio, apesar de. E é daí — da umidade do Saara e de insubmissos umbus — que tem surgido o que há de mais fértil na literatura brasileira.

Heleine Fernandes

_outras informações

isbn: 978-65-6035-002-1
idioma: português
encadernação: brochura
formato: 13x16,5 cm
páginas: 60 páginas
papel polén 90g
ano de edição: 2023
edição: 1ª

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