A catástrofe violeta

Disponibilidade: Brasil

Esse livro é sobre o amor de duas mulheres. Não de uma para outra necessariamente, apesar de se amarem. É do amor delas pelo todo. Tão denso e profundo quanto oceano. Frágil e desbotado como tinta velha na parede. Efêmero e intenso como as pétalas da violeta. Um livro sobre existências que se atravessam, em tons que vão do sangue ao blues.

Começou pelas trocas de e-mails de duas amigas vivenciando o luto pelo fim de seus relacionamentos. Mas se expandiu. A escrita virou uma necessidade, uma ferramenta ou um ritual através do qual a existência se fez possível. Escrevendo puderam (r)existir. Puderam se olhar. Nesse gesto em que uma, vendo a outra, via a si mesma. Um reflexo. Uma reflexão. Então, um território foi criado. No qual circularam afetos múltiplos. No qual a história e a singularidade de cada uma emergiram através de personagens que podem, talvez, misturar-se a singularidades outras; podem, quem sabe, afetar leitoras e fazê-las também se enxergar nestas linhas.

Não se trata, no entanto, de um livro epistolar apenas. Há nele, certamente, um quê de crônica. Antonio Candido, em seu texto “A vida ao rés do chão”, diz que a crônica é um gênero menor, não faz parte da grande literatura. Por isso possui uma sensibilidade outra. Ainda bem.

Por fim, a leitora talvez tenha a sensação de que o livro começa pelo meio e de que não termina. Pois é. É que tudo não passa de uma conversa. E, como diria Clarice Lispector, “faz parte de conversa ser inacabada. O resto é invenção”.

R$55,00

_sobre este livro

onda.
a onda transporta energia, mas não transporta matéria.
cor é onda.
violeta é cor.
a última cor do espectro visível
e
como seu oposto direto
tem
o
vermelho.

De todas as mortes, as secretas são as mais doloridas e as microscópicas, imensas. Sejam células, neurônios e/ou esperanças: matamo-nos diariamente.

Liz e Nina morrem e renascem a cada frase. Em cada encontro regam seus brotos e arrancam matos de seus jardins com a doce loucura das que teimam em seguir amando — seja a si mesma, seja ao outro.

Suas catástrofes ganham contornos e se desmancham de maneira fluida e contínua, e tudo as mobiliza. Tudo. Tudo vira matéria poética para elas que tecem como Moiras seus próprios destinos e brincam de profanar tradições e velhas formas de amar e morrer, com a sabedoria das deusas expulsas de paraísos. Paraísos construídos para que permanecessem domesticadas, nutrindo, com suas entranhas e sonhos, a fome insaciável do patriarcado, enquanto elas próprias minguam como minguam as esponjas do mar expostas ao Sol.

De Paris ao Rio Grande do Sul, de São Paulo à cama repleta de fotografias velhas e coisas antigas, a viagem infinita e infinitesimal guiada por Liz e Nina faz com que nós — finalmente — olhemos para os nossos e ao redor, com a delicadeza dos que nada sabem. O encontro entre elas nos encontra.

“Quando a gente escreve, a gente sepulta. As pessoas leem e a gente morre um pouco.”

Leiam-nas
e
boa viagem.

Gabriela Guinatti

_outras informações

isbn: 978-65-5900-371-6
idioma: português
encadernação: brochura
formato: 13x19 cm
páginas: 196 páginas
papel pólen gold 90g
ano de edição: 2022
edição: 1ª

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