aí cê sorri e cê assovia. Cê se põe solícito aos espasmos de medo e finge que a velha chocando a bolsa na suvaqueira-quente duma tarde de sol no dia que cê resolve sair de casa pra pegar busão sem se arrumar é sua vozinha que não tem nada contra preto, ou contra os que são-quase, só não gosta [item indispensável nas famílias birraciais], aí cê lembra da sua boa-vozinha [branca, em algumas famílias birraciais] que te amava e da qual cê era o neto favorito, aliás, como sempre somos os netos favoritos de todos nossos avós racistas, e tem a trip de imaginar caras iguais ocê que tiveram que passar pela mesmíssima coisa, com ela, a vovozinha, em público. Qualquer solução que cê arranjar internamente pra essa incongruência é uma traição que vai te transformar e assombrar pra sempre.