Detiveram-se diante da cena sinistra. O esqueleto de um preso antigo ainda se encontrava atado em uma das solitárias. Os braços se abriam lateralmente, o corpo suspenso por correntes se apresentava como uma cruz flutuante no vazio. Aos seus pés, espalhavam-se uma infinidade de estátuas de santos, crucifixos, rosários, restos de velas. O noviço examinou a túnica grossa que o envolvia. Um monge? Abaixo do crânio, o pano pendurado, a mordaça. Daniel colocou as mãos através das vestes despedaçadas e encontrou o relógio no bolso. Lembrou-se de imediato do paciente no leprosário. O verdadeiro Pastor Ezequiel, só pode ser ele! Penitenciado à clausura em uma posição excruciante. Ambos sentiram a queda brusca na temperatura.